A economia mundial está à beira de uma nova recessão, de acordo com previsões divulgadas nesta terça-feira (17) no relatório 'Situação e Perspectivas da Economia Mundial' elaborado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), que adverte que 'uma nova recessão global é uma possibilidade nada desdenhável'.
Houve uma piora generalizada das estimativas da ONU para as principais economias do mundo em relação ao que era esperado em junho do ano passado.
O órgão da ONU reduziu quase à metade, para 2,7%, sua previsão para o crescimento do Brasil em 2012. Em relatório divulgado em junho do ano passado, a previsão da ONU para crescimento do Brasil em 2012 era de 5,3%.
Em relatório sobre a economia mundial, a entidade alerta que, após dois anos de "recuperação anêmica e recuperação desigual", por causa da crise financeira, a economia global "está à beira de outra grande recessão".
No relatório anual, a organização reduziu em 1 ponto a estimativa de crescimento da economia em 2012, que agora é de 2,6%. O órgão também revisou para baixo a expansão estimada em 2011 em 0,5 ponto, para 2,8%.
Para a América Latina, a previsão para 2012 é de crescimento de 3,6%, e de 4,5% no ano seguinte. No caso do Brasil, a previsão para 2013 é de alta de 3,8% no PIB.
De acordo com o estudo, as previsões de crescimento anêmico para 2012 e 2013 estão "longe de serem suficientes para resolverem a contínua crise de desemprego nas economias mais desenvolvidas e puxarão para baixo o crescimento da renda nos países emergentes".
"Brasil e México devem sofrer desacelerações econômicas mais visíveis", afirma o documento, citando que o avanço no PIB do país já foi reduzido pela metade em 2011, para 3,7%, após uma forte alta de 7,5% em 2010, e deve desacelerar mais para 2,7% em 2012.
No caso mexicano, a economia desacelerou para 3,8% de aumento no PIB em 2011, contra 5,8% em 2010, e deve desacelerar mais, para 2,5%, em 2012.
O documento destaca que, entre as principais nações em desenvolvimento, China e Índia devem permanecer com PIBs robustos, mas desacelerando.
No texto, a ONU aponta que "as economias em desenvolvimento e economias em transição" devem seguir como motor para o crescimento mundial, crescendo em média 5,6% em 2012 e 5,9% em 2013.
De acordo com o estudo, é bem possível que as medidas adicionais adotadas na Europa não sejam suficientes para resolver a crise da dívida na região, "levando a uma quebra desordenada e contagiosa em um número de países que causarão estragos nas economias da região e além".
Com informações da Agência Estado e do Valor Online