Da Agência Brasil
Brasília - A Caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE): Saúde, Educação e Cultura chega hoje (26) a São Paulo, onde realizará atividades na Universidade de São Paulo (USP).
Hoje as ações vão ocorrer nos campi de Pinheiros e do Butantã. Pela manhã, o grupo de teatro Tá na Rua fará uma apresentação, seguida de um debate sobre a perspectiva da saúde pública, em Pinheiros.
Ao meio-dia, o ônibus da UNE seguirá para o Butantã, onde o grupo teatral fará uma intervenção no Bandejão Central, chamando os estudantes para participar da caravana.
Também estão previstos para hoje dois debates na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, um sobre questões relacionadas ao aborto e outro sobre violência contra a mulher e direitos reprodutivos.
A programação também inclui a exibição do filme SOS Saúde, de Michael Moore, na Escola de Comunicação e Artes, e um debate sobre saúde, educação e cultura, no qual serão abordadas questões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), reforma universitária e acesso à cultura.
Na próxima quinta-feira (28), a caravana realizará atividades na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).
terça-feira, 26 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Caravana da UNE pode contribuir para defesa do sistema de saúde, diz Temporão
Da Agência Brasil
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, acredita que a caravana promovida em parceria com a União Nacional dos Estudantes (UNE) poderá contribuir para ampliar a discussão sobre saúde pública no país e também para a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele lembrou que este ano os temas escolhidos para a mobilização dos jovens são saúde, cultura, segurança e educação.
"A UNE resgata uma tradição histórica, que é fazer caravanas. O ônibus vai percorrer 32 mil quilômetros em 27 estados, com um total de 41 universidades, levando uma mensagem aos jovens no ano em que o SUS comemora 20 anos", afirmou ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.
A caravana leva ainda kits para teste rápido de HIV - uma tecnologia que permite que o sangue seja coletado nas próprias universidades e que o resultado seja divulgado em até meia hora. A UNE também irá distribuir camisinhas e material educativo. O objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é atingir 120 mil universitários. A caravana começou na última terça-feira (12), pelo Rio de Janeiro.
"Levando informação, mobilizando os jovens para a doação de sangue, discutindo questões importantes como doenças sexualmente transmissíveis, direitos sexuais e reprodutivos, álcool, fumo, promoção da saúde e violência", afirmou Temporão.
De acordo com nota do ministério, dados do Censo Escolar 2006 indicam que quase a metade do 1,75 milhão de estudantes que ingressaram no ensino superior tinham entre 19 e 24 anos - faixa etária em que homens e mulheres, praticamente na mesma proporção, respondem por cerca de 15 casos da doença para cada 100 mil habitantes.
O Ministério da Saúde alerta que o diagnóstico tardio permanece como um dos principais desafios para a resposta brasileira à epidemia de aids. Atualmente, estima-se que 620 mil pessoas vivam com HIV no Brasil - o número engloba tanto as que já têm conhecimento do diagnóstico quanto as que ainda não sabem que estão infectadas. Dados mostram ainda que apenas 28% dos brasileiros já realizaram teste de HIV.
*Por Paula Laboissière
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, acredita que a caravana promovida em parceria com a União Nacional dos Estudantes (UNE) poderá contribuir para ampliar a discussão sobre saúde pública no país e também para a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele lembrou que este ano os temas escolhidos para a mobilização dos jovens são saúde, cultura, segurança e educação.
"A UNE resgata uma tradição histórica, que é fazer caravanas. O ônibus vai percorrer 32 mil quilômetros em 27 estados, com um total de 41 universidades, levando uma mensagem aos jovens no ano em que o SUS comemora 20 anos", afirmou ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.
A caravana leva ainda kits para teste rápido de HIV - uma tecnologia que permite que o sangue seja coletado nas próprias universidades e que o resultado seja divulgado em até meia hora. A UNE também irá distribuir camisinhas e material educativo. O objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é atingir 120 mil universitários. A caravana começou na última terça-feira (12), pelo Rio de Janeiro.
"Levando informação, mobilizando os jovens para a doação de sangue, discutindo questões importantes como doenças sexualmente transmissíveis, direitos sexuais e reprodutivos, álcool, fumo, promoção da saúde e violência", afirmou Temporão.
De acordo com nota do ministério, dados do Censo Escolar 2006 indicam que quase a metade do 1,75 milhão de estudantes que ingressaram no ensino superior tinham entre 19 e 24 anos - faixa etária em que homens e mulheres, praticamente na mesma proporção, respondem por cerca de 15 casos da doença para cada 100 mil habitantes.
O Ministério da Saúde alerta que o diagnóstico tardio permanece como um dos principais desafios para a resposta brasileira à epidemia de aids. Atualmente, estima-se que 620 mil pessoas vivam com HIV no Brasil - o número engloba tanto as que já têm conhecimento do diagnóstico quanto as que ainda não sabem que estão infectadas. Dados mostram ainda que apenas 28% dos brasileiros já realizaram teste de HIV.
*Por Paula Laboissière
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Para Lula, mortos são heróis, e não vítimas (Tribuna da Imprensa)
Sem citar diretamente a polêmica sobre tortura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que estudantes e operários mortos devem ser tratados como heróis, e não como vítimas. "Toda vez que falamos dos estudantes e operários que morreram, falamos xingando alguém que os matou. Esse martírio nunca vai acabar se a gente não aprender a transformar os nossos mortos em heróis, não em vítimas", discursou Lula, em ato durante o qual assinou mensagem encaminhando ao Congresso projeto de lei reconhecendo a responsabilidade do Estado pela destruição da sede da União Nacional dos Estudante (UNE) e propondo uma indenização à entidade.
Lula disse que o Brasil não tem heróis. "A gente só lembra de Tiradentes. O Brasil tem muitas lutas importantes, mas nós não os cultuamos para dar valor ao que essas pessoas fizeram", disse. "Imagina se a Frente Sandinista (de Libertação Nacional) ficasse lamentando todos os que (Anastasio) Somoza matou? Imagina se o Fidel Castro ficasse lamentando todos os que o (Fulgêncio) Batista matou?", questionou o presidente.
O terreno na Praia do Flamengo, em que passou a funcionar um estacionamento, foi retomado pela UNE em 2007. A nova sede tem projeto de Oscar Niemeyer. "É importante que a UNE e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) articulem um projeto de convencimento dos deputados e dos senadores. O dinheiro está no fundo do Ministério da Justiça. A gente não pode dar porque senão vão vir muitos processos contra nós", disse o presidente.
Num discurso feito em tom de campanha eleitoral, Lula agradeceu aos estudantes pelo apoio da UNE aos programas Universidade Para Todos (ProUni) e Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (ReUni).
"Não consigo entender a cabeça de pessoas de esquerda, eram contra o ProUni porque diziam que iria nivelar o ensino por baixo. A minha alegria é que, depois de quatro anos, qualquer avaliação que seja feita sobre o ProUni tem entre os melhores alunos, em todas as áreas, exatamente aqueles que são os pobres da periferia, que eram acusados de nivelar por baixo". Apesar de ter recebido o apoio da UNE nos seis anos de governo, Lula disse que sua relação com o movimento estudantil nunca foi de cooptação.
Na época de adesão ao Reuni, o presidente lembrou que quase todas as reitorias foram invadidas por alguns grupos de estudantes, a pretexto de que o governo iria colocar muitos alunos por professores. "Nós queríamos aumentar a média de 12 alunos para 18 alunos por professor. Alguém dizia: é demais, vai baixar o nível, o ideal é que tivesse apenas um por cada professor", ironizou o presidente.
Até o final do segundo mandato, em 2010, Lula anunciou a entrega de 214 escolas técnico-profissionalizantes, 10 universidades federais novas e 48 extensões universitárias, além de uma universidade latina e outra afro-brasileira. "Jamais iremos pagar o que os negros prestaram de serviços com dinheiro, vamos prestar com gestos, com solidariedade, com reconhecimento, como estamos fazendo com os quilombolas", disse o presidente.
Além de Lula e dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e Saúde, José Gomes Temporão, discursaram o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB-SP) - que presidiu a UNE em 1963 e 1964 -, do Rio, Sergio Cabral Filho (PMDB), o ex-presidente da UNE em 1962, Aldo Arantes, a atual presidente da entidade, Lucia Stumpf, e o presidente da UBES, Ismael Cardoso.
Lucia lembrou que Lula foi o segundo presidente a visitar o local da sede da entidade, depois de João Goulart. "O gesto de hoje é carregado de simbolismo. Não foi à toa que a sede foi a primeira a ser atacada pelos militares", disse. Os candidatos à prefeitura do Rio Alessandro Molon (PT-RJ) e Jandira Feghali (PC do B-RJ) e de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT-RJ) estavam na platéia, formada principalmente por estudantes.
Lula disse que o Brasil não tem heróis. "A gente só lembra de Tiradentes. O Brasil tem muitas lutas importantes, mas nós não os cultuamos para dar valor ao que essas pessoas fizeram", disse. "Imagina se a Frente Sandinista (de Libertação Nacional) ficasse lamentando todos os que (Anastasio) Somoza matou? Imagina se o Fidel Castro ficasse lamentando todos os que o (Fulgêncio) Batista matou?", questionou o presidente.
O terreno na Praia do Flamengo, em que passou a funcionar um estacionamento, foi retomado pela UNE em 2007. A nova sede tem projeto de Oscar Niemeyer. "É importante que a UNE e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) articulem um projeto de convencimento dos deputados e dos senadores. O dinheiro está no fundo do Ministério da Justiça. A gente não pode dar porque senão vão vir muitos processos contra nós", disse o presidente.
Num discurso feito em tom de campanha eleitoral, Lula agradeceu aos estudantes pelo apoio da UNE aos programas Universidade Para Todos (ProUni) e Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (ReUni).
"Não consigo entender a cabeça de pessoas de esquerda, eram contra o ProUni porque diziam que iria nivelar o ensino por baixo. A minha alegria é que, depois de quatro anos, qualquer avaliação que seja feita sobre o ProUni tem entre os melhores alunos, em todas as áreas, exatamente aqueles que são os pobres da periferia, que eram acusados de nivelar por baixo". Apesar de ter recebido o apoio da UNE nos seis anos de governo, Lula disse que sua relação com o movimento estudantil nunca foi de cooptação.
Na época de adesão ao Reuni, o presidente lembrou que quase todas as reitorias foram invadidas por alguns grupos de estudantes, a pretexto de que o governo iria colocar muitos alunos por professores. "Nós queríamos aumentar a média de 12 alunos para 18 alunos por professor. Alguém dizia: é demais, vai baixar o nível, o ideal é que tivesse apenas um por cada professor", ironizou o presidente.
Até o final do segundo mandato, em 2010, Lula anunciou a entrega de 214 escolas técnico-profissionalizantes, 10 universidades federais novas e 48 extensões universitárias, além de uma universidade latina e outra afro-brasileira. "Jamais iremos pagar o que os negros prestaram de serviços com dinheiro, vamos prestar com gestos, com solidariedade, com reconhecimento, como estamos fazendo com os quilombolas", disse o presidente.
Além de Lula e dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e Saúde, José Gomes Temporão, discursaram o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB-SP) - que presidiu a UNE em 1963 e 1964 -, do Rio, Sergio Cabral Filho (PMDB), o ex-presidente da UNE em 1962, Aldo Arantes, a atual presidente da entidade, Lucia Stumpf, e o presidente da UBES, Ismael Cardoso.
Lucia lembrou que Lula foi o segundo presidente a visitar o local da sede da entidade, depois de João Goulart. "O gesto de hoje é carregado de simbolismo. Não foi à toa que a sede foi a primeira a ser atacada pelos militares", disse. Os candidatos à prefeitura do Rio Alessandro Molon (PT-RJ) e Jandira Feghali (PC do B-RJ) e de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT-RJ) estavam na platéia, formada principalmente por estudantes.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
UNE começa amanhã caravana nacional para discutir saúde, educação, segurança e cultura
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE): Saúde, Educação e Cultura, começa amanhã (12), no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Lula. Serão mais de três meses de viagem - aproximadamente 32 mil quilômetros de estradas passando por 41 universidades públicas e privadas dos 26 estados e do Distrito Federal.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, a presidente da UNE, Lucia Stumpf, afirmou que a idéia é de discutir temas ligados aos três eixos centrais, sob a ótica da juventude brasileira. “A caravana pretende debater com os estudantes não só temas educacionais, mas também temas ligados ao comportamento da juventude, aquelas [práticas] comportamentais que têm interface com a saúde”.
Segundo a presidente, a caravana tem apoio do Ministério da Saúde. “Os temas que serão discutidos têm por objetivo promover uma campanha em defesa da saúde pública, com foco na realidade dos jovens e nas necessidades e problemas específicos de cada estado.”
De acordo com a presidente da UNE, os temas discutidos serão violência no trânsito, Lei Seca, direitos sexuais e reprodutivos, saúde e sexualidade, aids e DST, saúde, tolerância e drogas.
“A caravana encerra dia 27 de dezembro, quando concluíremos a viagem pelo o Brasil chegando em Brasília. Pretendemos organizar todos os conteúdos debatidos nas universidades e apresentar resultados finais a partir da nossa experiência, em filmes, livros e também em pesquisas que vamos divulgar a partir da conclusão da caravana”.
Rio de Janeiro - A Caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE): Saúde, Educação e Cultura, começa amanhã (12), no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Lula. Serão mais de três meses de viagem - aproximadamente 32 mil quilômetros de estradas passando por 41 universidades públicas e privadas dos 26 estados e do Distrito Federal.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, a presidente da UNE, Lucia Stumpf, afirmou que a idéia é de discutir temas ligados aos três eixos centrais, sob a ótica da juventude brasileira. “A caravana pretende debater com os estudantes não só temas educacionais, mas também temas ligados ao comportamento da juventude, aquelas [práticas] comportamentais que têm interface com a saúde”.
Segundo a presidente, a caravana tem apoio do Ministério da Saúde. “Os temas que serão discutidos têm por objetivo promover uma campanha em defesa da saúde pública, com foco na realidade dos jovens e nas necessidades e problemas específicos de cada estado.”
De acordo com a presidente da UNE, os temas discutidos serão violência no trânsito, Lei Seca, direitos sexuais e reprodutivos, saúde e sexualidade, aids e DST, saúde, tolerância e drogas.
“A caravana encerra dia 27 de dezembro, quando concluíremos a viagem pelo o Brasil chegando em Brasília. Pretendemos organizar todos os conteúdos debatidos nas universidades e apresentar resultados finais a partir da nossa experiência, em filmes, livros e também em pesquisas que vamos divulgar a partir da conclusão da caravana”.
sábado, 9 de agosto de 2008
Lula vai reparar UNE por incêndio na ditadura
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em tempos de ânimos acirrados entre militares e integrantes do Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja assinar na próxima terça, no Rio, projeto de lei que reconhece a responsabilidade do Estado brasileiro no incêndio e demolição da sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), ocorridos durante a ditadura.
O anúncio, desde já classificado como "momento histórico" pelos estudantes, está previsto para ocorrer no terreno na praia do Flamengo onde funcionava a sede da instituição até o dia 1º de abril de 1964, quando o prédio foi incendiado por militares, após a deposição do presidente João Goulart.
A estrutura depois foi demolida, em 1980, no governo de João Baptista Figueiredo.
Além do reconhecimento político, o governo pretende bancar parte dos gastos da nova sede, um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer doado à instituição. No final do ano passado, a UNE orçou os custos do prédio de 13 andares e de um centro cultural em aproximadamente R$ 40 milhões. Lula recebeu a instituição três vezes desde 2007 para acertar a ajuda.
Apesar da disposição de contribuir financeiramente com a obra, até ontem a área técnica do governo ainda analisava a melhor forma de fazê-lo.
Os estudantes estão em campanha pela reconstrução da sede há anos. Eles dizem ter recolhido 340 assinaturas de deputados e 48 de senadores em apoio à iniciativa.
No texto enviado pela entidade para comunicar à imprensa o ato de terça, a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, comemora. "O mesmo Estado que destruiu a sede das entidades estudantis, tradicional reduto político e cultural da juventude brasileira, está agora, 40 anos depois, reparando os danos causados, devolvendo aos estudantes aquilo que lhes foi tirado e que lhes é de direito."
O mal-estar entre membros do governo e militares teve início há poucos dias, quando os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vanucchi (Direitos Humanos) convocaram um seminário no qual a tese de revisão da Lei de Anistia, de 1979, voltou a ser discutida.
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em tempos de ânimos acirrados entre militares e integrantes do Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja assinar na próxima terça, no Rio, projeto de lei que reconhece a responsabilidade do Estado brasileiro no incêndio e demolição da sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), ocorridos durante a ditadura.
O anúncio, desde já classificado como "momento histórico" pelos estudantes, está previsto para ocorrer no terreno na praia do Flamengo onde funcionava a sede da instituição até o dia 1º de abril de 1964, quando o prédio foi incendiado por militares, após a deposição do presidente João Goulart.
A estrutura depois foi demolida, em 1980, no governo de João Baptista Figueiredo.
Além do reconhecimento político, o governo pretende bancar parte dos gastos da nova sede, um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer doado à instituição. No final do ano passado, a UNE orçou os custos do prédio de 13 andares e de um centro cultural em aproximadamente R$ 40 milhões. Lula recebeu a instituição três vezes desde 2007 para acertar a ajuda.
Apesar da disposição de contribuir financeiramente com a obra, até ontem a área técnica do governo ainda analisava a melhor forma de fazê-lo.
Os estudantes estão em campanha pela reconstrução da sede há anos. Eles dizem ter recolhido 340 assinaturas de deputados e 48 de senadores em apoio à iniciativa.
No texto enviado pela entidade para comunicar à imprensa o ato de terça, a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, comemora. "O mesmo Estado que destruiu a sede das entidades estudantis, tradicional reduto político e cultural da juventude brasileira, está agora, 40 anos depois, reparando os danos causados, devolvendo aos estudantes aquilo que lhes foi tirado e que lhes é de direito."
O mal-estar entre membros do governo e militares teve início há poucos dias, quando os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vanucchi (Direitos Humanos) convocaram um seminário no qual a tese de revisão da Lei de Anistia, de 1979, voltou a ser discutida.
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